quinta-feira, 18 de junho de 2015

Paradoxo



O paradoxo do nosso tempo não é muito diferente do paradoxo de outras épocas, e nunca será.
Falamos tanto de amor, mas entramos mais em discórdia.
O espaço sideral está sendo cada vez mais descoberto,
mas o íntimo humano ainda é um mistério.
Sorrimos tanto, na mesma proporção em que choramos tanto.
Somos tanto encorajados, na mesma proporção em que sofremos de síndromes do pânico.
Ficamos mais bonitos com cirurgias e tratamentos,
porém nossas almas não passam de espantalhos.
Comemos mais, no entanto, nos alimentamos menos.
Olhamos muito e nada enxergamos.
Nos socializamos mais, porém saímos menos de nossas casas.
Acreditamos mais e mais em Deus,
mas damos cada vez mais créditos aos homens.
Falamos que a Fé gera Poder, mas vivemos no poder do dinheiro.
Compramos de tudo, mas possuímos menos.
Sonhamos tanto, mas vivemos dias de pesadelos acordados.
Peguntamos demais, mas ensinamos de menos.
Cobramos bons testemunhos dos homens,
no entanto, nada que eu faça te interessa.
Queremos tanto firmar nossa identidade,
mas temos tanta inveja dos outros e quem eles são.
Toque a sua canção, mas saiba que a "pausa" também é música.
Afinal, quem espera sempre alcança.
Mas como alcançar, sabendo que quem espera está parado?

O paradoxo é aqui.

Texto retirado do livro - Teo e os olhos de Leordo do escritor Alexandre Monsores



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