terça-feira, 19 de julho de 2016

Uma lição que jamais esquecerei!




Eu conheci o general Leroy Sisco no outono de 2007. Ele tinha vindo à igreja perguntar se eu gostaria de participar da cerimônia em honra aos soldados feridos que foram frente de batalha na guerra do Iraque e do Afeganistão.
O general Sisco fundou uma organização dedicada a ajudar esses jovens a reconstruírem as suas vidas, e as suas feridas revelavam o quanto custou todo o sacrifício.
Fiquei honrado e muito feliz em participar.
Quando minha esposa e eu chegamos, fomos levados para uma sala, onde havia outras pessoas que iriam participar naquela noite. Uma pessoa nos informou que os convidados de honra estariam chegando em alguns minutos. Depois de algum tempo, vários jovens, todos na flor da idade, entraram na sala em que estávamos. Alguns estavam de cadeira de roda, outros aprendendo a manusear a bengala ou muleta, e outros, com prótese nos lugares substituindo os seus braços e pernas.
Eles não precisavam dizer uma palavra sequer, as suas feridas já contavam toda a história. Cada um daqueles jovens pagou o preço pela lealdade à liberdade. Uma onda de emoção me inundou ao assistir aqueles pais e maridos, não muito diferentes de mim, iluminarem o lugar e acalentarem os nossos corações com os seus sorrisos.
Na hora que fui fazer o discurso, percebi muitas pessoas de cargos importantes na sala, como governadores, líderes civis e sociais. Nenhuma daquelas pessoas ficou olhando tanto para mim, as suas atenções se desviavam para aqueles que plantaram a árvore da liberdade com o próprio sangue.
No decorrer da cerimônia, tive a oportunidade de agradecer pessoalmente a cada um daqueles heróis pelo serviço prestado em nome do nosso país. Eu me senti tão pequeno, quando eles, por sua vez, me agradeceram.
A vida deles tinha mudado por terem defendido a minha liberdade e eles me disseram o quanto apreciavam o fato de eu ter ido em honra do sacrifício deles naquela noite.
O preço pago por eles foi além do que eu podia imaginar. A vida deles foi mudada para sempre. Cada momento se converteria em recordações e lembranças físicas do que aquela guerra havia feito. Aqueles que eram pais tinham perdido a oportunidade de andar e brincar com seus filhos, como eu fiz com os meus. Os filhos, que tinham perdido os braços, não podiam abraçar os seus pais, assim como eu fiz com meu pai. Havia noivos que não podiam mais carregar as suas noivas pela porta, assim como eu fiz com a minha. Apesar de tudo isso, eles me agradecerem. Foi mais do que eu podia agüentar. Eu devo a eles toda gratidão por servir o meu país e pagar o alto preço pela minha liberdade.
Nenhum deles estava triste ou reclamando das conseqüências trazidas pela guerra. Ninguém olhou para mim com desprezo por eu não ter colocado o uniforme ou não ter servido o exército. Todos eles, até o último, disseram que não mudariam nada. Eles voltariam para a luta se preciso fosse.
De onde vem esse tipo de caráter – com tamanha determinação para servir aos outros, desprendidos do que realmente gostam? A lealdade é a única fonte dessa força tão magnífica.
Estamos sempre dispostos a fazer as coisas buscando reconhecimento ou recompensa, mas nenhum reconhecimento na terra compensaria o preço pago por esses soldados. Apesar de tudo, o espírito deles estava inabalável, com o brilho da determinação e com o olhar esperançoso. Por quê? Porque eles tinham o senso de lealdade.
Eles foram leais à causa que era muito maior do que qualquer indivíduo – a causa da liberdade. Eles foram leais às pessoas que não os apreciavam muito. Foram leais ao governo que se escorou nessa causa para conseguir mais pontos nas estatísticas e serem então reeleitos. Foram leais à palavra e ao juramento feito, quando levantaram a mão direita e juraram solenemente diante de Deus defender a nação contra todos os inimigos, sendo eles de fora ou dentro do país.

Aquela noite, eu aprendi uma lição da qual jamais me esquecerei. Aprendi a lição da verdadeira lealdade – o tipo de lealdade que paga qualquer preço, mesmo que isso signifique sacrificar a sua própria vida.

Texto retirado do livro Abalado, jamais destruído de Matthew Hagge.



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